Friday, December 4, 2009

Lá vai sobrevivendo...


Estou firmemente convencido que ao minuto noventa do jogo, o Sporting estava com um pé fora das competições europeias. A derrota caseira obrigaria a pontuar em Berlim, perante um Hertha necessitado de ganhar, e este Sporting dificilmente estaria em condições de resistir a tão grande pressão emocional e competitiva. O golo de Grimi foi pois uma dádiva dos céus, que irá permitir-nos encarar a prova com outra ambição, os dezasseis-avos de final são apenas em Fevereiro, e até lá muita água vai correr debaixo das pontes. Mas em fim, valeu-nos um golo, que chegou numa altura em que já ninguém esperava, e na sequência de uma exibição sofrível da equipa de Carvalhal, bem ao nível do que de pior já se viu naquele estádio na corrente temporada. Depois de Twente, Paços de Ferreira, Olhanense e Ventspills, esta foi, que me lembre, a quinta vez que o Sporting desta época se salvou de resultados negativos nos últimos instantes das partidas, o que, se atesta a crença da equipa, também mede as enormes dificuldades que encontrou em todos esses importantes momentos e assim, lá vai sobrevivendo, entre a angústia e a esperança num futuro melhor. Liedson tem razão. Sozinho no ataque não rende nem metade, motivo pelo qual o teimoso do Paulo Bento montou um sistema à sua medida. Sendo ele, de longe, o melhor jogador do Sporting (e único com verdadeira dimensão internacional), justificava-se que tal sucedesse.
Com o 4-2-3-1 imposto por Carvalhal, o Sporting fica mais compacto, consegue manietar equipas mais fortes (foi o que aconteceu com o Benfica), mas perde claramente poder ofensivo. Nos jogos em que tem mesmo de atacar (e de marcar), nota-se um impressionante défice no interior da área, onde o levezinho, fixo entre altos e fortes defesas-centrais, se vê obrigado a travar uma luta desigual, evidenciando a fragilidade física que um 4-4-2 apelativo a sua maior mobilidade sempre foi capaz de esconder. Enfim, um difícil puzzle para Carvalhal resolver, pelo menos até que cheguem (se chegarem) os prometidos reforços. Um clube que, num jogo que valia uma qualificação europeia, apenas coloca 12 mil pessoas no estádio .... Mas a justiça do futebol é assim mesmo, e com o mais fácil grupo de que há memória na história das provas europeias (pelo menos no que toca aos emblemas nacionais), com golos providenciais nos últimos minutos, este meu Sporting lá vai, juntamente com o Benfica, para a fase seguinte da Liga Europa...

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