Sunday, November 29, 2009

Acabei por sorrir



O Jogo
Não foi um mau jogo, houve intensidade, velocidade e emoção, mas a verdade é que um clássico sem o sal dos golos, sem expulsões, sem penáltis, sem casos, dificilmente resistirá muito tempo nas nossas memórias, o empate não podia ser mais justo, as equipas equivaleram-se, quer nas oportunidades criadas, quer nos minutos em que fizeram prevalecer algum domínio em campo. O Sporting começou melhor, o Benfica equilibrou e acabou o jogo por cima. Quem esperasse um Benfica esmagador e um Sporting a rastejar por piedade, ter-se-á surpreendido. Não foi o meu caso, que me recordo de uns quantos derbys, e já vou sabendo como estas coisas são. Trata-se, na verdade, de um jogo especial, e obviamente seria de esperar que o Sporting à procura de uma nova identidade, se apresentasse à altura da ocasião, equilibrando a contenda. É um facto que o Benfica já foi mais brilhante nesta temporada, e que o Sporting já esteve muito pior. Mas também já era de prever, olhando à conjuntura de ambas as equipas, e olhando aos seus últimos resultados, que tais diferenças se vissem algo esbatidas nesta partida. É inquestionável que o empate, não passando disso mesmo, é mais penalizador para o Sporting, que com mais estes dois pontos perdidos fica praticamente arredado da luta pelo título (o que não seria líquido em caso de triunfo). O Benfica vai continuar à frente do Porto, vê o rival de Alvalade manter-se à distância, resta-lhe menos uma jornada, e dos três principais adversários (Porto, Sporting e Braga) só lhe fica a faltar ir ao Dragão, justamente na penúltima ronda...


Observações
Não entendi o deslocamento que, a dada altura, Jorge Jesus fez de Aimar para o flanco direito. Coincidiu com o reequilibrar do jogo, é certo, mas retirou dele o Argentino, que ameaçava, nos primeiros minutos, poder fazer uma grande exibição. Por outro lado, foi quando Ramires regressou ao flanco direito que o Benfica assumiu definitivamente o controlo da partida. Seria dele, aliás, a melhor oportunidade de todo o jogo, quando aos 84 minutos falhou um desvio que parecia fácil para uma baliza deserta...

Já a estratégia de Carvalhal de colocar Vukcevic na zona de acção de César Peixoto não resultou, quer pela boa exibição do ex-bracarense na primeira parte, quer pela total desinspiração do montenegrino ao longo de todo o jogo, diria mesmo, ao longo de toda a época...

E já que se fala em individualidades, além dos já referidos (guarda-redes e defesas centrais, de entre os quais Sidnei surpreendeu pela positiva face aos seus últimos desempenhos), diga-se que João Moutinho e Miguel Veloso foram os mais influentes no Sporting, enquanto Ramires, Javi Garcia e Saviola (além de Aimar, enquanto esteve na sua posição) destacaram-se ligeiramente num Benfica, onde, à excepção de Quim, ninguém jogou muito bem, e ninguém jogou muito mal...

Olhando para o copo meio vazio, também se terá de notar que nos últimos quatro jogos o Benfica apenas marcou um golo, o que pode ser sintomático de uma certa quebra longe de ser dramática, pois a temporada é longa e será inevitavelmente feita de altos e baixos, esperando-se que os baixos permitam, ainda assim, resultados como um empate em Alvalade...


Ontem fiquei com a sensação que muito havíamos perdido:
Perdemos o pontapé para a frente...
Perdemos o medo de ter a bola...
Perdemos a aflição nos cruzamentos...
Perdemos a tremedeira nos lances de bola parada...
Perdemos a individualização do nosso jogo;
Perdemos a desorganização...
Perdemos a previsibilidade...
Perdemos a falta de empenho...
Perdemos a imagem de falta de comparência que tantas vezes espelhámos...
Perdemos a desunião entre a equipa e os adeptos...
Perdemos a falta de temor com que já nos encaravam os adversários...
Perdemos, do ouvido, o grunhido da cagança vermelha...
Pode parecer paradoxal - não sei se sentiram o mesmo - mas reflectindo sobre estes prejuízos, acabei por sorrir , invadido pela sensação que terminámos a noite a ganhar...

Monday, November 23, 2009

Uma chicotada de bom senso...


Estreia de Carvalhal em jogo mais ou menos de treino, num jogo que tinha tudo para ser fácil vieram ainda ao de cima muito do nervoso miudinho que tem afectado a equipa. Sofreram um golo logo aos 20' e depois tiveram de correr atrás do prejuízo, até porque fantasmas passados rapidamente se acercaram. Na segunda parte a equipa esteve mais tranquila e a bom nivel. Acho inacreditável como os comentadores diziam, ao intervalo, que o 1-0 para o Pescadores era justo. Mas será que por o resultado ser escandaloso, as hipóteses flagrantes do Sporting e os 70% de posse de bola deixaram de existir??? Carvalhal devolveu o Sporting ao 4-2-3-1. Já era hora, e nem hesitou com o resultado ao intervalo. Moutinho tem de ser o organizador da equipa no meio, a segunda opção tem de ser oMatigol. E o Liedson sozinho no ataque era um mito estúpido e inexplicável do último treinador. Parece que Carvalhal consegui neste primeiro jogo como treinador principal do Sporting estabelecer uma chicotada de bom senso...

Eis os grandes beneficiados e o ponto negro:

Moutinho – Há muito, muito tempo que não víamos este Moutinho. Aliás, já nem me lembro do Moutinho a fintar . Ontem vi. Vi o Moutinho a fintar outra vez! E solto, fresco, rápido, líder...

Pereirinha – Ora aí está o Pereira, o grande beneficiado do regresso do bom senso ao Sporting. Carvalhal é esperto, porque sabe que tem ali ouro… O outro treinador também sabia, mas ninguém percebe o que se passou, entretanto. E ele nunca explicou… deve ter sido o Sá Pinto ou o Rogério Alves...

Liedson – Voltou a ter uma mão-cheia oportunidades de golo perto da baliza. Falhou várias, talvez por falta de hábito...

Ponto Negro:
A defesa continua medonha. Polga continua Polga, Tonel voltou a ser Tonel, Grimi já nem é Grimi , Abel sempre Abel. E o Rui Patricio está a regredir, parece-me. O duplo pivot (outra decisão sensata) no meio campo engana, porque não estava feito para defender mas para sair a jogar. Ainda assim, as bolas metidas nas costas pelo Costa mostraram como o Carriço é o melhor (ou o único) defesa do Sporting. O regresso da defesa à zona nas bolas paradas (mais bom senso) sempre disfarça, mas é bom que o Carvalhal treine muito, muito os aspectos defensivos da equipa durante esta semana. E que gaste os milhões praticamente só do meio-campo para trás. Venha o Benfica, com a certeza que o Sporting já abandonou a auto-mutilação. Falta ainda lamber muitas feridas, mas apenas aquelas feitas pelos outros e não por nós próprios. Futebolisticamente, claro, porque o presidente continua à solta. Mas isso é outra história…

Thursday, November 19, 2009

Ponto prévio...


Sou, como já disse, sou adepto da Selecção qualquer que seja o treinador, e espero ardentemente que Portugal faça o melhor Mundial possível.
Vamos então a Queiroz.
Tinha pouca coisa contra ele antes de vir para Seleccionador, embora me parecesse uma pessoa algo altiva e pouco simpática, e duvidasse um pouco do seu currículo, cheio de fracassos , e com poucos títulos séniores. Reconhecia-lhe o grande trabalho como formador de jovens, mas para o futebol profissional tinha sérias dúvidas de se tratar de um grande treinador, daqueles capazes de fazer a diferença, como Mourinho, Capello, Lippi, Trappatoni, Wenger ou...Scolari.Conheçe as metodologias de treino, mas falta-lhe leitura de jogo, falta-lhe capacidade de mobilização, carisma, força mental e muitas outras coisas. Os seus primeiros meses nesta aventura foram um monte de disparates. O primeiro erro foi querer a todo o custo romper com o passado, que era tão só os melhores anos de sempre da Selecção.
Declarações ridicularizando as bandeiras nas janelas, dizer que não tinhamos ganho nada, como se um quarto lugar não fosse um enorme triunfo, entre outras, deixaram-me ainda mais desconfiado . Depois foi o experimentalismo constante, que quase descaracterizou a equipa, e que nos custou muitas aflições. Convocatórias de jogadores medianos, alterações tácticas constantes etc. Só quando a coisa estabilizou Portugal começou a ganhar.
Ainda assim há muita coisa no modelo de jogo da Selecção que eu não percebo. E pelos vistos não estou só, visto que grande parte da imprensa especializada também não percebe. O futebol praticado esteve sempre entre o assim-assim e o medíocre. Este terá sido o jogo mais conseguido, mas ainda me lembro da Albânia e do Brasil, sem falar na derrota frente à Dinamarca, só possível mnuma equipa sem orientação, sem presença de banco, sem tranquilidade e sem força mental, a imagem de Queiroz. Viu-se também dificuldade em impor disciplina, como no caso dos pseudo-lesionados para o jogo com a Albânia, com o resultado que se sabe. Como se tudo isto não bastasse, Queiroz seguiu uma estratégia de proximidade com Pinto da Costa, que colocou irremediavelmente muitos Benfiquistas contra ele (e a prova são os assobios que escutou sempre na Luz). Lá por Scolari o ter afrontado (mais por palavras, pois nunca deixou de convocar os melhores jogadores do Porto, que eram até a base da equipa), não era necessário que o seu sucessor lhe fosse lamber as botas. Se Scolari cometeu um erro (e acho que por exemplo a questão de Bruno Vale foi também um disparate), Queiroz emendou com outro erro, podia muito bem ter unido, mas dividiu novamente. Diz-se que terão ficado logo aí acordadas algumas questões relativas às convocatórias, como por exemplo o veto a Paulo Assunção. A verdade é que pouco tempo depois de tomar posse, lá estava ele na tribuna do Dragão ao lado do criminoso presidente Portista . Outro episódio: Boa Morte apareceu numa festa do FC Porto, e poucas semanas depois era surpreendentemente convocado para a Selecção . Bruno Alves, Raul Meireles ganharam peso na equipa, Beto (que nunca foi titular do Porto) e Rolando foram chamados . Nuno Gomes e Quim foram votados ao ostracismo, mesmo tratando-se de dois jogadores experientes, e em posições nas quais a Selecção está claramente deficitária, por fim, há que não esquecer que PORTUGAL ESTÁ NO MUNDIAL APENAS PELA CIRCUNSTÂNCIA DE A DINAMARCA TER GANHO À SUÉCIA... Com tudo isto, seria difícil que a minha antipatia inicial se alterasse . Mas faço uma corecção , Portugal teve apoio na Luz, com estádio cheio e onde desde Liedson a Bruno Alves, todos foram aplaudidos e apoiados. Só Queiroz levou assobiadela . Termino como comecei, a minha maior ou menor simpatia pelo Seleccionador, não belisca minimamente a minha paixão pela Selecção.
Ao contrário de outros com Scolari (que até comemoraram com champanhe as derrotas com a Grécia), eu vou estar sempre do lado certo, agora, e no Mundial...Ponto prévio...

Obectivo Alcançado


Depois de muitas tormentas, a nau Portuguesa lá chegou ao destino desejado. Estaremos no terceiro Mundial consecutivo, lugar onde uma equipa que tem Cristiano Ronaldo, Deco ou Simão merece amplamente estar. Quem faz o favor de vez em quando me escutar, sabe que nunca virei as costas à Selecção, por mais antipatia que o Seleccionador me despertasse, por menos que concordasse com as suas opções. Mais do que Português, sempre fui adepto da Selecção Nacional, vivi momentos inesquecíveis com ela, e considero que um Mundial é algo demasiadamente importante para ser olhado com indiferença. Dito isto, e sem querer minimamente beliscar o mérito dos jogadores (e, talvez também um pouco, do seleccionador), não posso deixar também de referir que a nota mais relevante deste play-off foi a surpreendente incapacidade da Bósnia para fazer mais do que umas simples cócegas à Equipa Nacional. A importância dos jogos e o dramatismo da ocasião ter-nos-ão feito crer que esta Bósnia fosse uma potência em crescendo, quando não passa afinal e isso ficou claramente demonstrado, de uma Selecção mediana no contexto Europeu. Portugal cumpriu pois a sua obrigação, com naturalidade e sem grande sofrimento, bastou uma atitude competitiva forte, um elevado grau de concentração e uma vincada solidariedade dentro do campo para que a Bósnia quase não esboçasse reacção. Insistindo praticamente no mesmo onze da primeira-mão, Queiroz acabou por ser feliz. Até Duda fez um bom jogo (a melhor exibição que lhe vi), numa noite em que Pepe, Raul Meireles , Bruno Alves e Nani, brilharam a grande altura. Em momento algum Portugal perdeu o controlo total do jogo, e raramente os anfitriões chegaram perto das redes de Eduardo. O golo acabou por surgir, e mais poderiam ter acontecido, o resultado só peca por escasso. Passou pois a melhor equipa, não há agora qualquer dúvida quanto a isso. Daqui até Junho resta o tempo suficiente para repensar algumas opções, para eventualmente alargar o leque de escolhas, e para recuperar Cristiano Ronaldo, que tem na África do Sul, ele que tão pouco fez por lá estar , a oportunidade de ouro para entrar na eternidade do futebol. Acredito que temosequipa para alcançar as meias-finais, como em 2006, mas com um pouco de sorte, quem sabe, até podemos lograr uma prestação condigna. O que temos desde já garantido é um mês de Junho extremamente animado , o que para quem gosta de futebol (e eu como sou profundamente apaixonado por futebol) não deixa de criar alguma água na boca...
Viva Portugal

Tuesday, November 17, 2009

Ah, se tudo viesse do acaso...


Três bolas no poste e a Nação treme agora como vara verdes. Bastaram essas bolas no ferro para Queiroz deixar automaticamente de ser um pé frio. Afinal foi sempre essa a discussão que interessou, uma questão de bruxos, acasos e superstições muito familiar na equipa das Quinas. Bem, antes isso que discutir táctica. Percebo os adeptos Portugueses, a sério que os percebo. Para quê ver um jogo de futebol analisando organizações atacantes e defensivas, transições e marcações à zona ou ao homem? para quê se nos podemos recostar e entregar todo o jogo ao acaso? aquelas que entram e aquelas que não entram? afinal, trabalho já têm e para quê agora ir gastar massa cinzenta a analisar um jogo de futebol? que o faça quem ganha dinheiro com isso! A sério que percebo . Seja o teórico que já leu todos os livros do Vítor Frade, que já assistiu a todas as palestras ou o adepto mais comum, todos eles têm o mesmo objectivo, a vitória. Não há volta a dar-lhe, Queiroz teve agora a sorte que lhe faltou durante (quase) todo o apuramento. Não, não estou a falar da sorte de ter em Bruno Alves mais faro de golo que em Simão e Nani juntos, estou mesmo a falar das três bolas ao poste contra a Bósnia. Ah, se tudo viesse do acaso... Toda a gente certamente reparou, que a percentagem de posse de bola da Selecção foi mísera. Foi miserável porque foi a mesma que a da Bósnia: 50%. Ora eu sempre ouvi dizer e não foi preciso ler todos os dias o Paradigma Guardiola, que quando nós temos a bola a outra equipa não pode marcar golo e uma equipa como a Portuguesa, com os intérpretes que tem, devia ter guardado melhor a bola, mesmo que isso não lhe valesse o segundo o golo. Bem, preferia especular com bola do que poder sofrer o empate à beira do final, mas isto sou eu... Já é recorrente com Queiroz, pé frio ou não, o homem é intranquilo e meio cagarola, e isso ninguém lho tira. Basta vê-lo no banco para perceber isso e para perceber também que perdeu uma oportunidade de ouro para matar a eliminatória. Com isto os bósnios ficaram em alta. Tudo bem, desde que nós não nos amedrontemos. Dizem os que sabem, que a nossa Selecção vai entrar num autentico inferno para jogar este jogo, pois bem, mas uma coisa é certa, esta equipa da Bósnia continua extremamente acessível, basta os nossos jogadores e o nosso treinador quererem... É um autentico inferno,dizem muitos, alias pode até ser um autentico galinheiro ... mas basta marca um golito que passa-lhes logo os infernos . É também bom relembrar que os Espanhóis espetaram lá uma cabazada...
Força Rapaziada

Sunday, November 15, 2009

A montanha cagou um ratito do campo...


Depois da tempestade vem a bonança…Mas por Alvalade este ano não é assim. Tanta conversa por causa do treinador e eis que a “montanha pariu um rato”. Pode ser um rato mickey, um ratatouille, ou um rato qualquer da sarjeta, mas depois de 10 dias de ’suspense’ esta montanha cagou um ratito do campo (daqueles do feno) . É o que dá termos lunáticos a comandar o clube . Será que vamos deixar de ter o ’sponsor’ da Puma e vamos passar a equipar de Lacatoni?? É que também poupam uns tostões, afinal os equipamentos da marca do Carvalhal e amigos são mais baratos que a Puma... E agora aí está, um técnico procurado por qualquer grande equipa que se preze por não descer de divisão . Um técnico que vem agora só para podermos poupar uns tostões e ir buscar o Villas no fim da época “à borliu”, que grande surpresa e ambição , vai certamente contagiar todo o plantel . Posso e espero estar muito enganado mas parece-me que vai ser um daqueles anos à antiga, em que este ainda não vai ser o último treinador a passar por ali. É a descida ao inferno por parte do Sporting, quem se riu de Eriksson deve agora estar a chorar ou a soltar gargalhadas descomunais (eu ). É a prova que estamos a ser comandados por um comandante zarolho e a navegar numa “nau catrineta” ,completamente à deriva . Bateu no fundo esta merda! 2 vitorias em 17 jogos, o record pessoal do Carlos Carvalhal no Marítimo. Inacreditável a sucessão de más decisões do JEB . Como é que este otário remunerado pelos Sportinguistas pensou que um treinador que em 17 jogos pelo Maritimo teve apenas 2 vitórias poderia ser opção para o Sporting? É que foram somente 2 vitórias em 17 jogos caralho. E por favor, agora não me venham com merdas de que agora é preciso apoiar, acho que agora era tempo de fazer cair esta palhaçada antes que seja tarde de mais...

Se viesse seria o meu treinador...

Não tenho opinião formada sobre o Villas Boas. Tirando a banalidade da “aposta de risco”, não consegui encontrar forma de sustentar meia dúzia de argumentos acerca de um homem de 32 anos que tem no currículo de treinador (era para isso que ele ia ser contratado, é bom recordar) um mês de Académica e menos de uma mão cheia de jogos a comandar uma equipa. Dava-lhe o benefício da dúvida. Pela inteligência, perspicácia e profissionalismo que todos lhe apontavam. E que eu não tinha como confirmar. Mas se viesse era o meu treinador, o treinador do Sporting, provavelmente seria já o melhor do mundo e arredores. Embora confesse que, num plano mais racional, me preocupou a forma como tantos olharam para cima a antecipar um novo Mourinho e tão poucos sequer espreitaram para baixo ignorando a possibilidade de outro Luís Campos. Isto eram os meus pensamentos e tudo bem... Quando já dava por adquirido que seria ele o contratado. Quando não acreditava que o Sporting pudesse prestar-se ao ridículo de, depois de não estancar os rumores sobre ele, depois de ter elementos dos órgãos sociais a fazer campanha por ele, depois de fugas de informação sobre treinadores-adjuntos já escolhidos por ele, depois de um comunicado à CMVM a assumir que estavam a negociar com ele… depois de tudo isto, dizia, prestar-se ao ridículo de não conseguir chegar a acordo com a Académica para libertar o homem. Ou seja, não me incomoda que não venha o Villas Boas. Porque não sei se seria a melhor opção. Mas incomoda-me, de forma quase ofensiva, que não venha o Villas Boas por pura incapacidade negocial e tremenda inabilidade na gestão do dossier. Não se sabia da cláusula de dois milhões de euros antes de deixar sair tanta informação? Não se sabia da cláusula de dois milhões para dizer logo que não se queria pagar esse montante? Se Villas Boas era a primeira escolha, é absolutamente patético não conseguir contratá-lo por causa da Académica. Se a estratégia era não pagar pela desvinculação de um treinador, então Villas Boas nunca deveria ter sido ponderado. São muitas coisas, e demasiado óbvias, para que consiga aceitar isto. E agora? Arrasta-se a novela? Entra-se numa discussão na praça pública? Braço-de-ferro? Ou puxa-se do trunfo da famosa “segunda opção”? E qual é a segunda opção? É portuguesa? É estrangeira? Já foi contactado? Estava a ser negociado à mesma altura? E porque é que eu tenho a sensação de que está demasiada gente a assobiar alegremente a caminho do precipício? E com esta brincadeira há uma semana que estamos sem treinador...

Tuesday, November 10, 2009

Gostava de perceber a lógica do raciocínio...

Depois de uma ronda matinal pela imprensa desportiva, acabei por perceber de que o Bettencourt teria chamado toda a direcção da SAD e do clube (incluindo aqueles vogais mais recônditos ) para debater a escolha do novo treinador . Portanto estava curioso para ver o que de lá teria saído. E fiquei triste, pois claro que fiquei triste. Bem sei que estes textos dos jornais desportivos são em grande parte um exercício de adivinhação. Mas acreditando que o cruzamento das fontes de todos os diários pode, pelo menos, dar-nos uma indicação sobre as linhas gerais do pensamento de quem nos dirige, dei por mim a engolir em seco e a entristecer. Pelos vistos, o perfil desejado é “um treinador Português com experiência no campeonato nacional”. Percebo a ideia, admito que faz sentido, sobretudo atendendo às condicionantes económicas do clube. Faz sentido. Mas o problema está nas limitações da escolha, em função da oferta disponível. E os nomes que pelos vistos foram colocados ontem em cima da mesa chegam a provocar arrepios. Manuel Cajuda?! José Couceiro?! Nelo Vingada?! Augusto Inácio?! Carlos Carvalhal?! Estamos a falar do Sporting ou do Vitória de Setúbal? (com todo o respeito pelo Vitória de Setúbal)Quero acreditar que estes nomes não são mesmo hipótese. Que não estão mesmo a ser considerados. A simples ponderação destes treinadores (que terão os seus méritos, claro) representa um baixar de fasquia que roça o insustentável. Gostava de perceber a lógica do raciocínio. São treinadores “para aguentar o barco até ao fim da época”? São treinadores “para projectar o(s) próximo(s) ano(s)”? São treinadores “para dar razão ao presidente naquela teoria de que vamos todos morrer de saudades do Paulo Bento”? ***a-se que eu até pagava para engolir um sapo. Garanto-vos que pagava, e bem!, para beijar a careca do meu conterrâneo Cajuda no relvado de Alvalade, durante os festejos do título. Pagava para ir para o Marquês com umas calças de fato de treino puxadas até ao sovaco, em homenagem ao campeão Nelo Vingada. Pagava para pedir uma estátua ao bi-campeão Inácio, para urrar cânticos ao Couceiro, para colar posters do Carvalhal no meu trabalho. ***a-se… eu pagava para engolir todos esses sapos. Mas, por agora, a ideia de ter qualquer um destes homens no banco de Alvalade como solução para a crise do Sporting, só me faz engolir em seco. E ficar triste. Porque ninguém consegue fazer-me acreditar que um eventual futuro radioso passa por qualquer destes caminhos. Mas pronto… também posso ser só eu e a minha mania de não conseguir fazer uma crítica construtiva. Às tantas tudo isto faz sentido. Eu é que não estou a ver como...

Friday, November 6, 2009

Mais obra e menos conversa.


José Eduardo Bettencourt tem tudo para ser um bom presidente do Sporting. Mas, falta-lhe tudo para ser um bom presidente do Sporting. A conferência de imprensa de hoje foi (mais) um episódio que ilustra o que acabo de dizer. Descontraído, como é habitual, disse que não se sentia "corno" porque o Paulo Bento não lhe disse antecipadamente que ia pedir a demissão. Irónico, zurziu nos sábios do Sporting, declarando-se humilde e atento estudante das suas "soluções" e "críticas". Mefistofélico, avisou que os 10% que hoje apoiam a saída de Paulo Bento irão chorá-la em breve. Franco, confessou que Paulo Bento é um amigo e que jamais partiria dele a iniciativa de despedir o técnico. Crítico, invocou "valores" para elogiar Bento e justificar as suas posições.Não joga a bota com a perdigota! Bettencourt deu, na prática e para todos os efeitos, o ouro ao bandido. Convém lembrar ao presidente do Sporting que ele é... o presidente do Sporting! Bettencourt foi eleito por uma significativa maioria de Sportinguistas para dirigir o Sporting, para tomar a iniciativa, para aplicar os seus talentos na recuperação do prestígio e da capacidade perdida, para dar voz aos interesses do clube. Não consta do seu programa, sufragado por essa maioria significativa, qualquer mandato para capitular ou qualquer convite à cedência ou à transigência. Pelo contrário: Bettencourt obteve dos sócios um convite explícito para agir com determinação e firmeza.E o que é que nós acabamos por ver? Na primeira oportunidade, o treinador Paulo "Forever" Bento passa à reserva. E a culpa, é de quem? Bem, a culpa é de uma minoria que não percebe nada disto, mas que, pelos vistos, tem força suficiente (mesmo que não a tenha!) para forçar Bettencourt a agir contra as suas convicções, princípios e ideias e desviar-se do que deveria ser o seu rumo, o de um presidente profissional, eleito e pago para agir.Pergunto eu: que raio faz então Bettencourt no Sporting? Que força tem afinal a maioria que o elegeu? E que poder tem a minoria que o combate? Que significado tem no final o resultado da sua eleição? Que justificação poderá ter a sua "profissionalização" perante uma tão flagrante capitulação? Que confiança poderá suscitar tudo isto nos sportinguistas? Que fragilidades tem este Sporting para se revelar tão vulnerável afinal, perante uma tão pouco representativa contestação? Para que serviu então o voto em Bettencourt?E contudo Bettencourt, percebe-se, parece ser o homem certo para este lugar, de facto. E se pode haver quem possa salvar este Sporting dos escombros em que ficou preso, que pareça ter a capacidade, os conhecimentos, a experiência para levar a cabo um programa de transformação, parece ser ele.Mas, a cometer erros institucionais como os que comete e a dirigir um clube como o Sporting como se estivessse num episódio dos "Malucos do Riso", assim Bettentourt não se safa. "Valores" não são incompatíveis com acção, descontracção não rima com inconsequência e a democracia serve para agir, não é desculpa para reagir... Mais obra e menos conversa...

Quatro meses já tarde


Ainda a digerir a notícia. Mas já com opinião formada: era inevitável, claro, por isso saúdo-a. A demissão. Adeus Bento.Tudo isto era insustentável. A agonia não podia prolongar-se mais. Por muitas virtudes que tenha evidenciado ao longo destes quatro anos (e foram muitas, apesar de tudo), Paulo Bento deixou-se cozinhar em lume brando. E é pena. Não merecia sair assim.Daqui a uns tempos, quando olharmos para trás, sei que poucos de nós vão conseguir odiar o homem. Nós gostamos/gostámos do Bento. Mas não dava mais: habituámo-nos à teimosia, tolerámos a obstinação, desculpámos as derivas disciplinares, elogiámos a frontalidade e a rectidão, mas não conseguimos aceitar a incapacidade para fazer a equipa evoluir. Ou seja, nunca criticarei o homem. Lamento apenas que o treinador não tenha conseguido mostrar nestes quatro anos que o futebol do Sporting estava a caminhar num determinado sentido. Que fizesse sentido. Pelo contrário: estagnou, definhou, perdeu força num mar de falta de ideias. E o pior é que tudo isto foi acontecendo lentamente. Posto isto, é altura de pensar no futuro. Tendo em conta a conjuntura actual do clube, da equipa e do balneário, precisamos de um tratamento de choque. Alguém que conquiste de imediato os jogadores, que se faça respeitar automaticamente, que não tenha de estar a perder tempo com as tretas das ambientações e tal. A vertente técnica nem será a mais importante nesta fase. Precisamos é de uma injecção de alma, garra, vontade, força. Moral, sobretudo. E também alguém que proteja os jogadores do aparente desnorte que grassa pela SAD. Por isso proponho Laudrup é o tipo indicado, com muito futuro,aposta num futebol atacante mas com solidez,trabalha bem com jovens, comanda uma liderança forte no balneário, contactos juntos de empresários para o reforço de Inverno, uma figura de presonalidade, alguem a quem lhe reconheço muito mérito. Sobretudo aquele tipo de mérito que sinto fazer falta ao Sporting nesta fase... Tem tudo para singrar no Sporting...

Tuesday, November 3, 2009

Mais do Mesmo


Depois deste fim-de-semana futebolístico, há uma certeza, existe um Sporting a lutar pelo título, a jogar bom futebol e, a julgar por estas primeiras jornadas, dirigido por um treinador capaz de, sem perder a identidade definida para a sua equipa, moldá-la ao adversário que enfrenta de forma a manietá-lo tacticamente... Infelizmente, esse Sporting é o de Braga e não o Sporting Clube de Portugal... Mais uma brilhante exibição de onze tipos vestidos de verde e branco. Chamo-lhe onze tipos porque não são equipa de futebol mas sim uma invulgar manta de retalhos que não se entende e não se deixa entender. Jogam com pouca garra e com uma descontracção fantásticas. Passa-lhes quase tudo ao lado. Temos pontas de lança que não fazem um remate ao golo em todo o jogo. Uma equipa que aos 90+3 tem uma oportunidade de golo na cara do guarda redes e desperdiça não merece outra sorte. A brincadeira não para... Ninguém sente a camisola, e quem sente está longe de jogar, não mais margem de manobra, o campeonato foi-se. Há muitas palestras e muitas reuniões e pouca equipa de futebol...O que espera Paulo Bento para se demitir? Isto já é uma questão de dignidade, de auto-estima, e de respeito por si próprio...