Sunday, November 15, 2009
Se viesse seria o meu treinador...
Não tenho opinião formada sobre o Villas Boas. Tirando a banalidade da “aposta de risco”, não consegui encontrar forma de sustentar meia dúzia de argumentos acerca de um homem de 32 anos que tem no currículo de treinador (era para isso que ele ia ser contratado, é bom recordar) um mês de Académica e menos de uma mão cheia de jogos a comandar uma equipa. Dava-lhe o benefício da dúvida. Pela inteligência, perspicácia e profissionalismo que todos lhe apontavam. E que eu não tinha como confirmar. Mas se viesse era o meu treinador, o treinador do Sporting, provavelmente seria já o melhor do mundo e arredores. Embora confesse que, num plano mais racional, me preocupou a forma como tantos olharam para cima a antecipar um novo Mourinho e tão poucos sequer espreitaram para baixo ignorando a possibilidade de outro Luís Campos. Isto eram os meus pensamentos e tudo bem... Quando já dava por adquirido que seria ele o contratado. Quando não acreditava que o Sporting pudesse prestar-se ao ridículo de, depois de não estancar os rumores sobre ele, depois de ter elementos dos órgãos sociais a fazer campanha por ele, depois de fugas de informação sobre treinadores-adjuntos já escolhidos por ele, depois de um comunicado à CMVM a assumir que estavam a negociar com ele… depois de tudo isto, dizia, prestar-se ao ridículo de não conseguir chegar a acordo com a Académica para libertar o homem. Ou seja, não me incomoda que não venha o Villas Boas. Porque não sei se seria a melhor opção. Mas incomoda-me, de forma quase ofensiva, que não venha o Villas Boas por pura incapacidade negocial e tremenda inabilidade na gestão do dossier. Não se sabia da cláusula de dois milhões de euros antes de deixar sair tanta informação? Não se sabia da cláusula de dois milhões para dizer logo que não se queria pagar esse montante? Se Villas Boas era a primeira escolha, é absolutamente patético não conseguir contratá-lo por causa da Académica. Se a estratégia era não pagar pela desvinculação de um treinador, então Villas Boas nunca deveria ter sido ponderado. São muitas coisas, e demasiado óbvias, para que consiga aceitar isto. E agora? Arrasta-se a novela? Entra-se numa discussão na praça pública? Braço-de-ferro? Ou puxa-se do trunfo da famosa “segunda opção”? E qual é a segunda opção? É portuguesa? É estrangeira? Já foi contactado? Estava a ser negociado à mesma altura? E porque é que eu tenho a sensação de que está demasiada gente a assobiar alegremente a caminho do precipício? E com esta brincadeira há uma semana que estamos sem treinador...
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